quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Olá, chuchus!

Vi esse meme em vários blogs e fiquei com muita vontade de participar também. Acho que o ideal seria ter começado em Janeiro, mas como a coisa que eu menos sei fazer é esperar...

A ideia é você responder 52 perguntas, uma por semana. Pra ficar mais organizado, usarei 5 itens em cada uma das semanas. Sendo assim, hoje vou contar 5 coisas que me fazem ficar feliz :) Especialmente pra esse post, usarei fotos do meu instagram pra responder:


1. Crianças


2. Canecas

3. Futebol

4. Selfie com os amigos

5. Cachorros
Quer participar? Vou deixar as perguntas aqui. Quem sabe você não me acompanha? Eu ia adorar :p

Semana 1: Coisas que me fazem ficar feliz:
Semana 2: Eu nunca…
Semana 3: Coisas pra se fazer no calor:
Semana 4: Minhas citações preferidas são: (trechos de livros, de músicas, frases de autores, etc)
Semana 5: Fazem parte da minha wishlist:
Semana 6: Os super poderes que eu gostaria de ter se fosse um super herói seriam:
Semana 7: Eu sempre…
Semana 8: Os melhores filmes infantis que já assisti foram:
Semana 9: Pessoas que eu gostaria de conhecer / ter conhecido:
Semana 10: Minhas comidas preferidas são:
Semana 11: Meus brinquedos preferidos na infância eram:
Semana 12: Coisas pra se fazer no frio:
Semana 13: Fico sem graça quando…
Semana 14: Meus sites preferidos na internet:
Semana 15: O que há de pior no mundo virtual?
Semana 16: Isso, pra mim, não é diversão:
Semana 17: Personagens cuja vida eu gostaria de viver por um dia: (filmes, livros, seriados, etc)
Semana 18: Sinto saudades…
Semana 19: Meus seriados preferidos:
Semana 20: Fico de mau humor quando…
Semana 21: Meus piores defeitos:
Semana 22: Na minha geladeira, tem que ter:
Semana 23: Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo:
Semana 24: Casais preferidos (filmes, seriados, livros, etc)
Semana 25: Tenho aflição de…
Semana 26: Se eu pudesse trocar de profissão, eu seria…
Semana 27: Coisas legais pra se fazer nas férias:
Semana 28: Minhas maiores “neuras” e manias são:
Semana 29: Filmes que me falam ao coração:
Semana 30: Fico impaciente com pessoas que…
Semana 31: Quando não tenho nada pra fazer, gosto de…
Semana 32: Ainda quero aprender:
Semana 33: Tenho medo de…
Semana 34: Livros que eu acho que todo mundo deveria ler:
Semana 35: Minhas piores compras foram:
Semana 36: Morro de preguiça de…
Semana 37: O que, de melhor, o mundo virtual te trouxe/traz?
Semana 38: Desculpe, mas eu acho brega:
Semana 39: Minhas melhores qualidades:
Semana 40: Meus “cheiros” preferidos são:
Semana 41: As coisas mais difíceis num relacionamento amoroso são:
Semana 42: Quer acertar no meu presente? Então me dê…
Semana 43: Músicas que eu não canso de ouvir:
Semana 44: Meus vilões preferidos são:
Semana 45: Lembra a minha adolescência:
Semana 46: Parece que todo mundo sabe _______________, menos eu:
Semana 47: Quando estou apaixonado(a) eu…
Semana 48: Nunca tive coragem de…
Semana 49: Lugares no mundo que eu gostaria de conhecer:
Semana 50: Pessoas que eu admiro:
Semana 51: Coisas que me marcaram neste ano que está acabando que acabou:
Semana 52: No ano que vem Nesse ano eu quero:

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

fggf

Olá, chuchus!

Vi esse meme em vários blogs e fiquei com muita vontade de participar também. Acho que o ideal seria ter começado em Janeiro, mas como a coisa que eu menos sei fazer é esperar...

A ideia é você responder 52 perguntas, uma por semana. Pra ficar mais organizado, usarei 5 itens em cada uma das semanas. Sendo assim, hoje vou contar 5 coisas que me fazem ficar feliz :) Especialmente pra esse post, usarei fotos do meu instagram pra responder:


1. Crianças


Quer participar? Vou deixar as perguntas aqui. Quem sabe você não me acompanha? Eu ia adorar :p

Semana 1: Coisas que me fazem ficar feliz:
Semana 2: Eu nunca…
Semana 3: Coisas pra se fazer no calor:
Semana 4: Minhas citações preferidas são: (trechos de livros, de músicas, frases de autores, etc)
Semana 5: Fazem parte da minha wishlist:
Semana 6: Os super poderes que eu gostaria de ter se fosse um super herói seriam:
Semana 7: Eu sempre…
Semana 8: Os melhores filmes infantis que já assisti foram:
Semana 9: Pessoas que eu gostaria de conhecer / ter conhecido:
Semana 10: Minhas comidas preferidas são:
Semana 11: Meus brinquedos preferidos na infância eram:
Semana 12: Coisas pra se fazer no frio:
Semana 13: Fico sem graça quando…
Semana 14: Meus sites preferidos na internet:
Semana 15: O que há de pior no mundo virtual?
Semana 16: Isso, pra mim, não é diversão:
Semana 17: Personagens cuja vida eu gostaria de viver por um dia: (filmes, livros, seriados, etc)
Semana 18: Sinto saudades…
Semana 19: Meus seriados preferidos:
Semana 20: Fico de mau humor quando…
Semana 21: Meus piores defeitos:
Semana 22: Na minha geladeira, tem que ter:
Semana 23: Coisas que me incomodam no mundo contemporâneo:
Semana 24: Casais preferidos (filmes, seriados, livros, etc)
Semana 25: Tenho aflição de…
Semana 26: Se eu pudesse trocar de profissão, eu seria…
Semana 27: Coisas legais pra se fazer nas férias:
Semana 28: Minhas maiores “neuras” e manias são:
Semana 29: Filmes que me falam ao coração:
Semana 30: Fico impaciente com pessoas que…
Semana 31: Quando não tenho nada pra fazer, gosto de…
Semana 32: Ainda quero aprender:
Semana 33: Tenho medo de…
Semana 34: Livros que eu acho que todo mundo deveria ler:
Semana 35: Minhas piores compras foram:
Semana 36: Morro de preguiça de…
Semana 37: O que, de melhor, o mundo virtual te trouxe/traz?
Semana 38: Desculpe, mas eu acho brega:
Semana 39: Minhas melhores qualidades:
Semana 40: Meus “cheiros” preferidos são:
Semana 41: As coisas mais difíceis num relacionamento amoroso são:
Semana 42: Quer acertar no meu presente? Então me dê…
Semana 43: Músicas que eu não canso de ouvir:
Semana 44: Meus vilões preferidos são:
Semana 45: Lembra a minha adolescência:
Semana 46: Parece que todo mundo sabe _______________, menos eu:
Semana 47: Quando estou apaixonado(a) eu…
Semana 48: Nunca tive coragem de…
Semana 49: Lugares no mundo que eu gostaria de conhecer:
Semana 50: Pessoas que eu admiro:
Semana 51: Coisas que me marcaram neste ano que está acabando que acabou:
Semana 52: No ano que vem Nesse ano eu quero:

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A culpa é do subconsciente


"Eu nunca fui homem pra você". Ouvi isso faz algum tempo, e de alguma forma, isso nunca mais saiu da minha cabeça. Me peguei por várias vezes pensando nisso e tentando entender o nexo na frase em vários momentos do meu dia. Tentando entender, afinal, o que é um homem pra mim. 

Já me apaixonei mais do que uma vez, e não tem como negar tal. Não me leve a mal, não quis dizer que foi verdadeiro e nem que foi correspondido. Mas quem nunca se apaixonou pelo sorriso do vizinho ? Pelas sobrancelhas arqueadas do rapaz do lado oposto do vagão do metrô ? Pelos olhos claros do colega de classe ? 

Li recentemente um artigo com lead: "Há uma justificativa cientifica por trás de muitas coisas aparentemente sem nexo — de comportamentos recorrentes, como sempre se apaixonar pelo cara-problema, a angústias que brotam de repente, do nada, no peito." A parte do cara-problema, confesso, foi a que mais me chamou a atenção, porque eu nunca pareço me apaixonar pelo homem "pra mim". Aprendi, então, que é tudo culpa do inconsciente. Segundo o texto, a repulsa ou atração está nos detalhes. Se os olhos do meu colega de classe são muito parecidos com o do meu ídolo teen, é praticamente impossível não se interessar. Se o sorriso do meu vizinho é largo como o do meu avô, é inevitável o subconsciente não enviar sinais de "aquele ali é super o seu tipo!". Outra justificativa, também muito plausível, é a de que sinais repetitivos também nos chamam muita a atenção. Se a minha mãe arqueava as sobrancelhas quando brigava comigo na infância, isso é uma coisa qual na idade mais avançada eu vou procurar inconscientemente. Você procura aquilo que lhe aflige para poder tentar consertar coisas que lhe remetem o ato no passado. 

Ao mesmo tempo que isso me fez entender um pouco mais sobre as "leis da atração", isso também me deixou extremamente confusa. Na hora, indaguei se deveria sair por ai procurando por alguém com trejeitos parecidos com os das pessoas que gosto ou, já que isso não deu certo até agora, deveria sair por aí procurando alguém que é totalmente oposto de tudo o que prezo. Enquanto pensava, como boa curiosa que sou, não pude deixar de parar para ouvir a conversa de duas pré adolescentes que estavam sentadas no banco atrás de mim dentro de ônibus. Uma delas disse: "Para com isso, Carla! Até parece que não sabe que a gente encontra o amor quando menos está esperando...".

Digam o que quiserem, mas nunca me senti tão inocente quanto naquele momento. Com dezenove anos na cara e com contas pra pagar, recebi daquela guria uma carta de euforia dos pensamentos repetitivos e conscientes. Percebi naquele exato instante que eu nunca tinha visto nem relance do meu "tipo de homem" porque estava sempre procurando por ele. Dei-me conta de que quando a vida resolver colocar no meu caminho o meu guarda-chuva amarelo, de uma hora pra outra e sem avisar, meu subconsciente vai ser o primeiro a avisar "Ei, idiota! Todos aqueles alarmes foram falsos. Esse aqui, sim, tem tudo pra ser homem pra você."

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Noahlice e a briga Nº37

Besos

Eram 3 horas da manhã e ela ainda estava na cama sem saber o que fazer. Levantou em um pulo, e rascunhou em um pedaço de papel rasgado perto da cama: 

Noah, 
Eu sei que eu não sou perfeita, que a comida que eu faço não é nada comparada a da sua mãe e que o meu cabelo não é nada perto do daquela garota da novela. Eu sei que a minha risada pode irritar as vezes. Sei que eu não sou tão bonita quanto aquelas garotas que dão em cima de você, sei que não sei escrever livros ou canções, sei que as minhas unhas não estão sempre bem feitas e que eu sorrio mais de um lado do que do outro. Mas eu sei também, que apesar de todos os meus defeitos e manias, ninguém nunca vai te amar do jeito que eu amo. E hoje, o que eu mais queria era fazer pipoca e ver um filme de baixo das cobertas. Queria dizer coisas da boca pra fora, gritar, xingar e no final do dia ir deitar abraçada com você. Queria ver você morrendo de ciúmes, te provocar e rir das coisas idiotas que passamos juntos. Queria poder ligar agora pra você dizendo que sinto sua falta, que preciso de você. Eu queria você aqui. 
Você sabe que eu nunca acreditei em príncipes encantados. Mas agora eu acredito. Não tô falando daquele tipo que vem em cavalo, é todo lindo e sem defeitos. Eu acredito naquele príncipe que vem como sapo, que é lotado de defeitos, que irrita mais que tudo, que é ignorante as vezes e que tem pose de machão com um coração mole. Eu acredito em Noah. Porque eu gosto do seu sorriso. Eu gosto quando você fica com ciúmes, eu gosto de quando você me chama de minha. Eu gosto de você bravo. Eu gosto de ver você feliz. Eu gosto da sua voz e do seu jeito de falar. Eu gosto quando você me chama de boba. Eu gosto quando você ri do jeito que eu puxo a letra “r” quando falo. Eu gosto dos seus defeitos. Porque você é simplesmente tudo. Tudo o que eu sempre quis, tudo o que eu nunca quis. Tudo o que eu imaginei, tudo o que eu nunca consegui imaginar. Tudo que me faz sorrir e tudo o que me faz chorar. Tudo o que eu sempre quis e nunca soube onde achar.
E se você vier pra cá, não precisa se preocupar. A gente acha um pedacinho de cama pra você, a gente divide a comida que tem na geladeira. A gente assiste o filme da sessão da tarde, a gente olha a chuva cair. A gente joga uno, a gente briga, a gente finge que termina, a gente se abraça. A gente deita e fica olhando pro teto, a gente liga o rádio e ouve sertanejo. A gente faz qualquer coisa. Mas a gente faz qualquer coisa, juntos.

Mais tarde, naquele mesmo dia, ela andou até o apartamento 205 do prédio em que morava e tocou a campainha. Esperou o garoto de cabelo bagunçado, olhos cansados e barba mal feita abrir a porta e sem dizer nenhuma palavra, lhe estendeu o bilhete. Ficou ali parada esperando uma resposta e observava atenta enquanto os olhos passavam rapidamente por cada palavra escrita naquele pedaço de guardanapo. O garoto não disse uma só palavra mas levantou os olhos e a olhou com atenção. Em vez de uma resposta, Alice ganhou um beijo. E aquele beijo valia mais do que qualquer palavra que delimitasse amor.

sábado, 28 de dezembro de 2013

The fault in Noahlice's Stars

Lágrimas lavam a alma fortalecendo a vontade de vencer, que um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas, que o sofrimento é só uma ventania que arrasta as folhas secas, mas não destrói a beleza das flores, tendo coragem e perseverança, a gente consegue derrubar qualquer obstáculo. Pense, Acredite nisso!

— Alô ?

— Oi. Sou eu. Eu sei que é tarde e que não é hora de ficar ligando pro celular dos outros e você já me ensinou isso uma vez. Naquele dia em que você me pediu em namoro, e eram, acho que, 3 horas da manhã ? E eu quis ligar pra minha melhor amiga e contar do jeito fofo com você colocou aquele bilhetinho dentro da minha bolsa sem eu nem perceber e depois pediu para eu olhar meu celular só porque você sabia que eu guardava tudo ali naquele bolsinho de fora, onde você tinha escondido aquele pedacinho de papel com duas ou três palavras escritas mas que mesmo assim me fizeram fraquejar quando eu li. E eu sei que tô fugindo do assunto, e você também já me disse que eu não posso ficar fazendo rodeio o tempo todo porque não é qualquer pessoa que gosta disso, mas eu realmente precisa ligar e te falar que...

— Alice, escuta. Eu tô dirigindo. Tô indo agora pra casa.

— E você tá indo pra casa. Quase 2 horas da manhã e você tá indo agora pra casa. Agora você chama aquele apartamento minúsculo e mal projetado que você alugou de casa ? Você, como bom arquiteto devia saber que a sua casa não é lá. Sua casa é aqui. Aqui onde eu tô. Sua casa é aqui do meu lado, deitado na cama e enchendo o lençol com o seu cheiro. Sua casa é ali no cantinho da sala onde você gosta de sentar pra ler um livro ou simplesmente ficar esperado eu aparecer pra você me dar um susto. Sua casa é o fogão que você trata tão bem enquanto eu trato tão mal. Hoje eu consegui botar fogo no arroz. O alarme de incêndio começou a disparar e o porteiro, o Seu Zé, veio correndo aqui em casa me ajudar a apagar o fogo. Sabia que a parede da cozinha ficou manchada? Até o Seu Zé sabe que isso não teria acontecido se você estivesse aqui ou se eu tivesse deixado você comprar aquele panela elétrica de fazer arroz que na época eu achava que era inútil. E era inútil porque eu contava que você iria me fazer arroz pro resto da vida e eu só teria que me preocupar em fritar um ovo ou colocar uns nuggets no micro-ondas... E você tá rindo de que ?

— Eu tô rindo porque você é a pessoa mais impossível do mundo. Agora vê se me escuta...

— Não. Não escuto porque você fica rindo e agora é minha vez de falar porque eu ainda não consegui proferir o que eu queria quando te liguei, em primeiro lugar. Eu te liguei porque eu achei aquela sua caixa de brinquedo antigo embaixo da cama e eu podia jurar que você tinha me prometido com o seu dedo mindinho que tinha dado tudo pro seu sobrinho no mês passado. Achei também uma série de revistas ridículas escondidas dentro da sua gaveta de cuecas. E fala sério. Revista sobre carro ? Quem é que ainda compra revista sobre carro ? Você sabe o quanto isso me irrita. E falando em carro, o meu ainda está na garagem esperando você levar ele no lava rápido. É. Aposto que você não lembra disso. Foi no domingo antes de você e eu brigarmos e era dia de clássico. São Paulo x Corinthians. Óbvio que o meu tricolor ganhou e você perdeu a aposta. Eu disse que você teria que levar meu carro pra lavar, e se acontecesse o contrário e o seu time ganhasse, você disse que eu teria que passar o resto do dia todo com você na cama, não importaria fazendo o que. Você perdeu a aposta e mesmo assim me teve durante o dia todo. Eu ficava te provocando e cantando o hino do meu time, mas você me teve mesmo assim. Agora eu tô aqui sentada na cama — e eu coloquei o meu jogo de cama do SPFC nela. Eu tô na cama, sem você e meu carro tá lá na garagem. Todo sujo. Alguém até já escreveu “me lava” com sujeira no vidro da frente. Quase escrevi de volta toda nossa história, desde quando a gente se conheceu até o porquê de você não ter levado o carro pra lavar, mas eu deixei de lado quando as minhas lágrimas começaram a descer e o Seu Zé viu que eu estava deitada no capô do carro.


— VOCÊ DEITOU NO CAPÔ DO CARRO ? Alice, eu já te disse mil vezes que pode até parecer romântico nos filmes, mas na vida real isso amassa toda a lataria. E deixa eu falar...


— Tá vendo ? Você já tá falando em vida real de novo. Por que a gente não pode viver um pouquinho naqueles filmes do Nicholas Sparks ? E eu tava assistindo um daqueles filmes independentes que você deixou aqui em casa. O cara do filme também brigou com a namorada dele. Pegou umas três camisetas no armário e saiu de casa. Por que você não poderia ter feito isso ? Cedo ou tarde você teria que voltar pra casa e pegar o que esqueceu. Mas você pegou tudo. Deixou só esses filmes independentes que eu nem gosto. Por isso você deixou, né ? Porque eu não gosto. Puta que pariu, Noah. Eu queria te socar. E eu preciso fazer xixi. Espera e não desliga porque eu ainda tenho coisa pra falar.


— Não, Alice. Eu vou desligar, mas eu...


(barulho de descarga)

— Argh.

— Voltei. E você também esqueceu a sua escova de dente. Acabei de jogar no lixo. Então, nem pense em passar aqui pra pegar ela e seus filmes ridículos. Tudo o que tem aqui dentro desse lugar é meu. Menos eu. Olha só que ironia do destino. Nem mais minha eu sou. Isso já ficando chato. Eu aqui me lamentando e te vendo em cada pedacinho do que sobrou da Alice. Te vejo até no cabelo que já até fica penteado pro lado esquerdo, porque você sempre coloca ele assim. Eu nunca usava o cabelo dividido de lado até te conhecer. Você fez isso no nosso primeiro encontro e desde então, eu nunca tive vontade de mudar a divisão. Hoje de manhã eu tentei, e o cabelo já não para mais com a risca no meio. É meio assim que eu me sinto. Sempre fui do tipo de pessoa autossuficiente e achava ridículo minhas amigas apaixonadas ficarem comentando que ligaram de noite pro namorado só porque estavam com saudades. E olha só, 2 anos depois eu vejo uma Alice no espelho segurando o celular e implorando para “o cara estranho que senta do meu lado na aula de sociologia” voltar pra casa. Podia me separar em Alice Antes de Noah e Alice D.N., sabia ? O problema é que você me deixou de um jeito incontrolavelmente melhor do que eu era. Eu sou uma pessoa melhor todos os dias e na maioria das vezes, deito com a cabeça tranquila no travesseiro antes de dormir. Antes de você, não era assim, e você sabe. Eu nunca fui do tipo de pessoa egoísta, mas também nunca fiz tanta questão de ser boa para as pessoas. Fui criada para sobreviver no mundo cruel, e você é que me fez ser essa pessoa que suspira lendo os livros da Jane Austen...


(barulho de portão se abrindo)

— Então você já chegou em casa, né ?

— Sim, Alice, eu cheguei. Você pode, por favor...


— Não vou calar minha boca. Eu odeio quando você pede pra eu calar minha boca,
por favor. Você acha que é bonito ser educado quando está sendo grosseiro e não é. E você é sempre muito grosseiro. Me dá mil patadas por hora e mesmo assim, quando no final do dia eu vou deitar emburrada na cama, você aparece com um pedaço de chocolate na mão e um sorriso no rosto que eu me derreto tão rapidamente quanto o chocolate dentro da minha boca. É a mesma coisa quando eu esqueço nosso aniversário de namoro. Você sabe que eu sou uma péssima pessoa para guardar datas, e mesmo assim, não briga comigo. Isso é grosseiro. Não brigar comigo quando eu mereço é grosseiro.

— É grosseiro não ser grosseiro, então ?


— Você não entende... Eu lembro que em um dos nossos aniversários eu estava deitada de pijama no sofá assistindo Orgulho e Preconceito e você chegou do trabalho todo sorridente, com um buquê enorme de flores. Eu comecei a chorar porque eu senti ali que eu não iria te merecer nem em um milhão de anos. Você sentou do meu lado, me deu um beijo na testa e disse que tinha comprado uma gravata pra eu te dar de presente. E eu te odeio por isso. Eu te odeio porque você me deixou dependente de você, e logo na nossa 67ª briga, você saiu de casa.


— Você contou quantas brigas a gente teve ?


— Contei. Eu tenho anotado em um caderninho.


— Eu posso ver?


— Não.

(silêncio)

— Você não vai falar nada?

— Eu posso ?


— Agora pode...


— Eu tenho muita coisa pra te falar, mas isso é depois de eu te jogar no sofá e te prender lá esse resto de madrugada toda. Depois disso a gente tira esse lençol imundo que está contaminando a cama e a gente conversa. Agora abre a porta pra mim, porque o Seu Zé deixou em entrar na
minha casa e eu tô sentado aqui do lado de fora da porta a alguns vários minutos.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Por que diabos ?

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Mas ele cursa Engenharia. É todo organizado, com o cabelinho arrumado, ouve música de playboy. Gosta de matemática e fisíca, não come frango e odeia Coca-Cola. Me leva pra casa por aquela rua de paralelepípedo que eu odeio, porque diz que o barulho que o carro faz é barulho de casa. E eu nem sei o que isso significa. Acorda cedo e me faz café preto bem forte, do jeito que eu gosto. Leva o cachorro pra passear exatamente as 08:05 da manhã e volta exatamente as 8:20. Toca no violão aquelas músicas que de tão bonitinhas fazem o meu estômago embrulhar. E fica mexendo no meu cabelo só porque sabe que isso me irrita. Pega a minha mão no metrô e a gente vai até o outro lado da cidade assim. Não gosta de assistir série comigo, e a gente sempre briga vendo o jogo de futebol no domingo. Eu vou pro quarto com cara emburrada e depois de uns 10 minutos, deita do meu lado e me dá um sorriso. Eu odeio aquele sorriso. Ele é tudo o que eu não sou, tudo o que eu odeio, tudo o que eu nunca quis pra mim. E eu me pergunto todos os dias quando eu acordo e vejo que do meu lado tem uma toalha molhada em cima da cama: Por que diabos eu me apaixonei por ele? Aí eu levanto, vou no banheiro e a tampa do vaso sanitário tá levantada e o tubo da pasta de dente, todo amassado. Fico com raiva e encaro o espelho. Além do meu rosto vermelho, olhos cansados e cabelo bagunçado, eu encontro mais um daqueles post it's que ele usa e deixa jogado pela casa com telefone de fulano, email de cicrano, endereço do Homem Aranha... Nele está escrito "eu sei, toalha molhada, tampa levantada e tubo amassado. Que tal um jantar pra me desculpar?". E aí nasce aquele sorriso ridiculamente grande no rosto, aquele de quem tá apaixonado e fica bobo igual à uma menininha ganhando a casa da Barbie no Natal. Na mesma hora o meu celular toca e quando eu atendo, ouço a voz mais adorável do mundo dizer: "Bom dia, boba. Eu amo você", depois disso só se ouve o tututu do telefone e o tumtumtumtum acelerado do meu coração e tudo o que eu consigo pensar nesse momento é "Por que diabos eu demorei tanto pra me apaixonar por ele?"

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

The fault is in your smile

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Foi justo quando eu achei que era impossível. Que não tinha mais jeito e que pra mim tinha acabado ali. Eu nem vi quando ou como aconteceu. Quando percebi já era tarde demais. Eu já estava lá com aquele sorriso bobo no rosto, parada na sua frente. Os pés apontados na sua direção. Pernas bambas e com uma terceira guerra mundial explodindo na região da barriga. Mãos suando e coração acelerado, quase saindo pela boca. Não precisava muito, você dizia meia sentença e eu já ria, mesmo que nada tivesse graça ali (Além de você. Você sempre tem graça.). E ah, quando você sorria... Quando aquelas covinhas resolviam aparecer ali no canto de suas bochechas. Perigoso. Era tudo o que eu conseguia pensar. Isso é perigoso. Não é o tipo de terreno confiável. Me senti uma suicida. Queria me jogar ali mesmo, em cima de você, nos seus braços. Você me seguraria ? Pernas bambas falham e quase caio em cima de você de verdade. Você me segura e sorri. Eu sorrio de volta, porque isso fica cada vez mais perigoso. Mas eu gosto assim. Gosto da dorzinha no coração toda vez que você me dá  tchau com um sorriso de lado acompanhando. Gosto da ideia de beijos roubados, abraços apertados e olhares se cruzando o tempo todo. Da ideia de ter o seu perfume na minha roupa. Da ideia de me meter novamente em algo perigoso. Perigoso e inevitável, assim como querer você.